“Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são”. A busca e construção de uma identidade brasileira se faz presente desde a literatura, com Macunaíma de Mário de Andrade, até a arquitetura de Lina Bo Bardi. Traçar de onde somos e de onde viemos desenha o hoje. Entender a brasilidade e vasculhar suas origens sem amarras e estereótipos escancara que o Brasil não é apenas samba e futebol, mas se demonstra um espaço de incoerências e desigualdades.
Formado por vários povos e etnias, o Brasil não é único, é um caldeirão cultural vivo que se transforma e se reinventa. Assim, o que está dentro, nesse contexto, é a compreensão do ser brasileiro, suas multifacetas e os personagens que o compuseram. A partir de um contestamento da realidade e daqueles em papel de protagonismo, entende-se que existe uma desvalorização de um importante pilar que sustenta a sociedade brasileira, é aquele povo que ri quando deve chorar, não vivendo, apenas aguentando.
Um espaço esquecido e negligenciado nas pranchetas dos arquitetos, em Macunaíma é o centro da habitação e ganha papel de destaque na arquitetura. O espaço para realizar as atividades domésticas e o seus personagens é o que sustenta e fomenta as dinâmicas sociais e os demais ambientes da casa, e por isso se localiza em seu interior. Trazer a área de serviço como espaço central dentro da casa brasileira representa uma ruptura da hierarquia espacial presente até hoje, sendo uma forma de reapropriar a importância desse personagem na cultura brasileira, reconhecendo, valorizando e entendendo o que realmente importa.
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