“Os cogumelos de Sevilha”, originalmente do espanhol “Las setas de Sevilla”, é o apelido carinhoso que ganhou a maior estrutura arquitetônica do mundo, que tem esse nome por seu formato que se assemelha a vários cogumelos — corpos delgados e cúpulas redondas em cima.
Com nome oficial Metropol Parasol, o complexo está localizado no coração de Sevilha, cidade na Andaluzia e famosa por cultivar as raízes e a cultura local. Sevilha é uma típica cidade espanhola, em que até hoje é possível ver mulheres com roupas típicas, rosas na cabeça e bailando com suas castanholas, algo que já não é tão comum em locais que se tornaram mais internacionais e modernos, como Barcelona e Madri.
Vista da parte de baixo da cobertura (Foto: Eduardo Bittencourt)
Justamente por isso, no meio do centro histórico da cidade, mais precisamente na Plaza de la Encarnación, se vê o contraste desse novo edifício contemporâneo feito de madeira, que engloba toda a praça, formando uma grande cobertura.
O projeto se deu por meio de um concurso, em que um arquiteto alemão chamado Jürgen Mayer foi o ganhador, entre 335 outros projetos.
A obra basicamente consiste em seis pilares de concreto, envolvidas por uma trama de madeira laminada que se entrelaça e se une ao topo do complexo. Cada um desses pilares tem uma trama distinta que, quando se unem, trazem a sensação de que todo o conjunto faz um movimento ondulado.
Ilusão que o complexo traz fazendo o movimento ondulado (Foto: Eduardo Bittencourt)
A obra começou em 2005 e só terminou em 2011. O projeto teve muito retraso em sua construção, o que triplicou os gastos. Há muitas críticas e controvérsias sobre essa superestrutura no centro da cidade, o design e o material escolhido, além de questionamentos sobre esses gastos do governo.
Porém, a ideia do edifício era justamente trazer um toque moderno para o centro de Sevilha, convertendo-se em um atrativo turístico. O que podemos dizer é que o objetivo foi alcançado, já que o complexo chegou a receber um milhão de visitantes somente no seu primeiro ano de inauguração.
Vista da passarela da parte superior da estrutura (Foto: Eduardo Bittencourt)
Detalhe do enquadramento da estrutura para a cidade antiga de Sevilha (Foto: Eduardo Bittencourt)
No topo da estrutura de madeira, há uma grande passarela de concreto com 250m de largura, em que os visitantes podem andar e apreciar a cidade de cima em um tour 360º. O complexo também abriga um mercado, um museu, um espaço multifuncional para eventos, restaurantes e um espaço arqueológico, que conta com ruínas antigas conservadas.
Visitantes caminham sobre o Metropol (Foto: Eduardo Bittencourt)
Apesar das críticas arquitetônicas, o Metropol Parasol é um grande exemplo de que a arquitetura antiga e a moderna podem conviver bem — indica, inclusive, que a arquitetura contemporânea é criada para ressaltar e trazer mais vida para a arquitetura antiga. O que antes era uma praça sem vida, hoje é palco para encontros de cidadãos, turistas e todo o tipo de gente. É a prova de que, às vezes, a desproporção e o inusitado é a melhor solução para engajar pessoas em um entorno histórico esquecido.
2 Comentários
Artigo maravilhoso, objetivo e real… estive aí e confirmo todas as informações mencionadas, acrescentando a emoção de ver e estar diante e no interior de tal obra de arte.
ESO ES Barbara!
Olá Carmen, tudo bem? 😊
Sério? É um sensação extraordinária, não é mesmo? 😍
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– Equipe Archtrends Portobello