Arquitetura chã, ou a calçada portuguesa
O desenho, a sensibilidade topográfica e o corte no granito fazem das calçadas portuguesas as mais bem desenhadas e executadas do mundo.
O desenho, a sensibilidade topográfica e o corte no granito fazem das calçadas portuguesas as mais bem desenhadas e executadas do mundo.
Pode um mesmo enredo incluir Lina Bo Bardi, Sergio Rodrigues, Aurelio Martinez Flores, irmãos Campana e Paulo Mendes da Rocha? Mas não se engane com as entrelinhas: o âmago do enredo é a conservação do patrimônio arquitetônico moderno.
Em 1981, após um casamento que durou 17 anos, Gilberto Gil e Sandra Gadelha se separaram. Além dos três filhos, a relação deixou como legado uma música de despedida. Nomeada de “Drão”, apelido carinhoso de Sandra, a composição foi escrita por Gil nos dias seguintes ao rompimento. Depois de dizer para ela não pensar na separação, a certa altura da obra Gil pontificou:
Entre paredes de verdade e uma casa protegida pelo patrimônio histórico, se puder escolher, fique com os dois.
Nos últimos anos, o abismo social que separa os brasileiros só aumentou e a arquitetura e o design não poderiam deixar de espelhar essa realidade.
Recusar a diversão fácil de um parque da Disney e buscar na boa arquitetura uma diversão conectada à realidade é um ótimo programa para educar o olhar e os sentidos desde cedo.
Pensar em arquitetura e design visionários nos traz à mente propostas criadas antes de seu tempo, soluções que aceleram o relógio, como se tivessem, artificialmente, adiantando o calendário, não em uma hora apenas, como nos acostumamos a fazer todo ano, mas em décadas.
Apesar de contarmos com arquitetos reconhecidos internacionalmente – como Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha e Lina Bo Bardi –, ainda estamos longe de exportar uma parcela significativa da produção nacional da arquitetura e do design.
Um desenho que tem como objetivo aumentar a qualidade de vida da população vai ao encontro da definição de design para todos.