Os arquitetos por trás da série da Netflix Casas mais extraordinárias do mundo

Se você gosta ou trabalha com arquitetura, a série Casas mais extraordinárias do mundo é parada obrigatória! Na produção da série da Netflix, o arquiteto Piers Taylor e a atriz Caroline Quentin rodam o mundo atrás das construções mais interessantes e inovadoras. 

Mas por trás dessas casas fora do comum existem arquitetos que conseguem captar a ideia do cliente, o contexto local e o que a natureza pode proporcionar para transformar ideias em realidade. 

Mais do que um escritório, há seres humanos que traduzem o que o cliente sonha para um projeto real. São esses pequenos detalhes que transformam uma residência comum em uma casa extraordinária. Confira agora alguns dos arquitetos e escritórios por trás da série da Netflix: 

3 arquitetos e escritórios por trás das casas mais extraordinárias do mundo! 

1. Evolution Design — Flexhouse, Suíça 

Pensada como uma residência familiar, Flexhouse é uma casa ultramoderna localizada em Zurique. Seu formato curvilíneo transmite tanto leveza no olhar quanto ousadia pelo design inusitado. Segundo o próprio estúdio, esse desenho é “uma fachada branca em forma de fita que serpenteia ao redor do edifício”, formado por paredes de vidro.  

A ideia surgiu quando Stefan Camenzind, diretor-executivo do estúdio, avistou o terreno próximo às margens do lago. Sua localização e espaço eram desafiadores, já que a porção de terra tinha formato triangular e estava localizada entre uma linha ferroviária e uma estrada. Camezind, porém, enxergou novas possibilidades na localização. 

O arquiteto pensou tanto em elementos práticos quanto sustentáveis. No entanto, o que chama mesmo a atenção — além da fachada curvilínea, claro — são as paredes de vidro. Para Camezind, essa união entre os elementos internos e externos era fundamental. "Quero que as pessoas saibam onde estão quando estão dentro de um prédio”, afirmou. 

2. Carvalho Araújo — Casa do Gerês, Portugal 

O estúdio de arquitetura e design Carvalho Araújo é o responsável pela construção da Casa do Gerês, localizada numa encosta íngreme do Vale da Caniçada. Toda feita em formas retangulares, a construção até se confunde com a natureza local. A construção fica na cota superior do terreno e a poucos passos de um ribeiro, que se transformou numa piscina natural da residência. 

A casa é construída em madeira sobre uma base de betão, projetada sobre o terreno e sobre o ribeiro. Todos os seus cômodos são de amplo espaço e privilegiam a vista para a natureza local. Os quartos ficam no mezanino, mais fechado e pensado para momentos privados. 

O responsável pelo estúdio é José Manuel Carvalho Araújo, mas há outros 15 arquitetos integrantes na equipe. Nas palavras de José Manuel, o segredo do trabalho é “ fazer do pequeno grande e vice-versa. Há quem diga que precisamos de obras grandes, mas na realidade nós temos obras grandes... Só que as tratamos como se fossem pequenas (...) Até porque as obras são para as pessoas e, por essa razão, é fundamental que elas entendam a obra”.  

Apesar de estar localizado em Portugal, os arquitetos do estúdio Carvalho Araújo também são responsáveis por uma série de construções brasileiras, como a revitalização do Centro Cultural do Cariri e a Estação das Artes, ambos no Ceará, e o edifício residencial Harmonia 1040, na Vila Madalena (SP). 

3. ADX Co. — Casa em Itsuura, Japão 

Localizada em Itsuura, na região norte da província de Ibaragi, a Casa em Itsuura é uma construção de 204 m² feita majoritariamente em madeira.  

A história do projeto começa com o planejamento para aproveitar ao máximo o terreno na montanha, incluindo as árvores ao redor. O terreno é íngreme, o que exigiu criatividade e inovação no design da residência, que parece "flutuar" pouco acima do chão. 

Para aproveitar bem o espaço, a Casa é em formato de “V”. O arquiteto por trás do ADX Co., Kotaro Anzai, pensou em uma residência onde cada uma das "asas" tivesse propósitos diferentes. O local também é idealizado para uma rotina de pescador. Há, por exemplo, duas banheiras com temperaturas diferentes, para acostumar o corpo frio do pescador após o retorno do mar. Os brises horizontais também controlam a entrada de luz solar na residência.  

Após a construção, os arquitetos, o cliente e os pescadores locais de Itsuura plantaram cerca de 60 árvores para repor aquilo que utilizaram durante a construção. 

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Imagem principal: Contato com a natureza, elementos sustentáveis e terrenos irregulares ajudaram arquitetos a criar casas extraordinárias (Foto: Wojtek Gurak)