08.07.2022
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exposição de Frans Krajcberg
Exposição de Frans Krajcberg traz mais de 160 itens, entre esculturas, gravuras, objetos e desenhos. Peças criadas com raízes e troncos carbonizados, retirados de queimadas, são destaques da mostra (Foto: divulgação)

O que fazer em São Paulo em julho de 2022

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08.07.2022
A cidade que nunca para faz jus à fama, principalmente quando o assunto é arte, cultura e arquitetura. Até o final do mês, São Paulo traz exposição que homenageia o centenário de Frans Krajcberg, artista polonês naturalizado brasileiro que buscou na natureza inspiração para criar suas obras. Outro evento imperdível é a CASACOR, que abrirá as portas na primeira semana de julho
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1 | Frans Krajcberg no Mube

esculturas de Frans Krajcberg
Construídas com elementos naturais retirados de queimadas, esculturas de Frans Krajcberg se contorcem pelo espaço, denunciando a devastação ambiental (Foto: divulgação)

Falecido em 2017, o artista polonês naturalizado brasileiro Frans Krajcberg completaria 100 anos em 2021. Em homenagem ao seu centenário, o Mube – Museu Brasileiro da Escultura e da Ecologia realiza a mostra Frans Krajcberg: por uma arquitetura da natureza, que exibe ao público cerca de 160 trabalhos, entre esculturas, pinturas, desenhos, gravuras e objetos. A produção artística de Krajcberg teve início no Brasil em 1948, quando chegou ao país para reconstruir sua vida após perder a família em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial. As obras refletem seu íntimo contato com a natureza e a preocupação com a preservação ambiental. A exposição tem curadoria de Diego Matos. Entre os destaques, estão as grandes peças feitas a partir de raízes e troncos carbonizados, recolhidos após desmatamentos e queimadas. São esculturas  que se contorcem pelo espaço, denunciando a devastação do meio ambiente. Folhas, cipós e pigmentos extraídos da terra também estão presentes na produção. Na área externa do museu há ainda duas carcaças de baleia emprestadas do acervo do artista. Os itens são provenientes do Sítio Natura, em Nova Viçosa (BA), onde Krajcberg realizou grande parte de sua arte, além de coleções privadas e museus.

Serviço
Período: até 31 de julho
Entrada: gratuita
Horários: terça a domingo, das 11h às 17h
Localização: Rua Alemanha 221, Jardim Europa
Dica: Aos sábados e domingos, das 11h30 às 12h30 e das 14h30 às 15h30, o MuBE oferece oficinas gratuitas de colagens com elementos vegetais, inspiradas na exposição de Frans Krajcberg, para público de todas as idades. 

2 | CASACOR no Conjunto Nacional 

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Pela primeira vez sediada no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, a CASACOR reúne ambientes assinados por 60 escritórios de arquitetura e design (Foto: divulgação)

Em 1987, a capital paulista recebeu o primeiro evento CASACOR, que exibiu trabalhos de 25 decoradores, arquitetos e paisagistas. Após ocupar mansões, edifícios históricos (como o antigo Hospital Matarazzo e o casarão Sampaio Viana), o Jockey Clube e a Arena Allianz Parque, a mostra agora celebra seus 35 anos em um cenário icônico da cidade: o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Sob o tema Infinito Particular, o evento de 2022 propõe a reflexão sobre as residências diante dos novos tempos e dos novos jeitos de morar. No espaço de 10 mil m², o público encontra ambientes projetados por 60 escritórios de arquitetura e design, além de uma exposição com toda a história da CASACOR. A implantação da mostra contou com consultoria do escritório FGMF, para acomodar ambientes como estúdios, lofts, ilhas de bem-estar, restaurante, bar e café. ​​

Serviço
Período: 5 de julho a 11 de setembro
Entrada: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia), de terça a sexta; R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), aos sábados, domingos e feriados; R$ 600 (passaporte de livre acesso). Ingressos à venda na bilheteria no local ou pelo site.
Horários: terça a sábado, das 12h às 22h; domingo e feriados, das 11h às 21h
Localização: Avenida Paulista, 2073, Cerqueira César 

Dica: Ao visitar a CASACOR, repare no colorido painel de 22 metros criado pelo artista plástico congolês Lavi Kasongo. Trata-se do projeto Cores do Mundo, uma ação da ONG Estou Refugiado, que visa reinserir artistas refugiados no mercado de trabalho. A obra está presente no Bar Caracol, assinado pelo arquiteto Pedro Luiz de Marqui para a mostra.

3 | Ayrson Heráclito na Pinacoteca Estação

A instalação Regresso à pintura baiana (2002), de Ayrson Heráclito, é uma enorme maquete da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Salvador), que recebeu pintura com dendê, em uma metáfora ao sangue negro derramado ao longo da história colonial do Brasil (Foto: Levi Fanan)

Permeado por referências ritualísticas, mitologias e a história da escravidão dos povos africanos, o trabalho do artista baiano Ayrson Heráclito pode ser apreciado em 63 obras, reunidas em sua exposição individual Yorùbáiano. São instalações, fotografias, vídeos, performances e registros que escancaram as feridas abertas no período colonial no Brasil, especialmente a partir do século 19. A mostra foi originalmente criada para o MAR - Museu de Arte do Rio, no ano passado. Agora, a versão paulistana ocupa o quarto andar da Pinacoteca Estação e se organiza em três salas, articulando as obras em uma narrativa que gira em torno de três materiais orgânicos: o açúcar, o dendê e a charque. O açúcar retoma a monocultura canavieira que explorou escravos, enquanto o dendê remete aos fluidos vitais do corpo humano. Já a charque é uma alusão às violências sofridas pelo povo negro ao longo da história do país, além de remeter ao orixá Ogum, a quem é oferecido sal nos rituais do Candomblé. Um dos destaques da exposição é o trabalho Regresso à pintura baiana (2002), que tingiu com dendê uma enorme maquete da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Salvador). A curadoria é de Amanda Bonan, Ana Maria Maia e Marcelo Campos. 

Serviço
Período: até 22 de agosto de 2022
Entrada: gratuita
Horários: quarta a segunda, das 10h às 18h
Localização: Largo General Osório, 66, Luz

Dica: Aproveite a ida à Pinacoteca Estação para conferir também a exposição O Colecionador: arte contemporânea e colecionismo no acervo da Pinacoteca, que ocupa o segundo andar do prédio. A mostra coletiva  apresenta trabalhos de Bruno Faria, Jac Leirner, Nelson Leirner, Raphael Escobar, Mabe Bethônico e Thiago Honório. Fica aberta ao público até 15 de agosto. 

4 | Xilograffiti no Sesc Consolação 

Cangakira, assinada pelo coletivo Paulestinos
A obra Cangakira, assinada pelo coletivo Paulestinos (SP), integra a mostra (Foto: divulgação)

O nome da exposição fala por si: o encontro entre xilogravura e graffiti deu origem à mostra Xilograffiti, que mistura as duas linguagens artísticas e prova que elas podem ter mais em comum do que se imagina. Ambas as expressões culturais utilizam matrizes, além de serem produções com caráter inclusivo, colaborativo e participativo. Os trabalhos apresentados têm curadoria de Baixo Ribeiro e são assinados por coletivos e artistas como J. Borges (PE), Lira Nordestina (CE), Samuel Casal (RS), Atelier Piratininga (SP), Turenko (AM), Paulestinos (SP), Oficina Tipográfica (SP), Romildo Rocha (MA) e Derlon (PE), formando uma grande coleção de cordéis e cartazes de lambe-lambe. Os trabalhos foram organizados em núcleos temáticos que abrangem lambe-lambe, xilografia urbana, cordel contemporâneo, tipograffiti, grafitti xilográfico e "cordel raiz", com os tradicionais varais em que são expostos. Em paralelo, o Sesc Consolação está promovendo cursos, oficinas e encontros com artistas enquanto a mostra estiver em cartaz.

Serviço
Período: até 31 de julho
Entrada: gratuita
Horários: terça a sábado, das 10h às 21h; domingo e feriados, das 10h às 18h
Localização: Rua Doutor Vila Nova, 245, Vila Buarque

Dica: Repare na enorme intervenção artística assinada por Romildo Rocha na empena do prédio do Sesc Consolação. A obra colore o cenário urbano e dialoga com a mostra Xilografitti. 

5 | Daido Moriyama no IMS Paulista

Daido Moriyama registrada em Tóquio
Fotografia de Daido Moriyama registrada em Tóquio, em 1982 (Foto: ©Daido Moriyama Photo Foundation)

Aos 83 anos de vida, o premiado fotógrafo japonês Daido Moriyama, nome de peso da fotografia contemporânea mundial, ganha exposição no Instituto Moreira Salles. A mostra se propõe a fazer uma retrospectiva da carreira de Moriyama, iniciada após a Segunda Guerra Mundial e fortemente inspirada por artistas como Jack Kerouac e Andy Warhol. Suas imagens densas, granuladas e marcadas pela experimentação revolucionaram a forma de enxergar o mundo e a linguagem fotográfica. O estilo do artista pode ser conferido pelo público em obras que abrangem diferentes fases de sua produção. São mais de 250 trabalhos, além de publicações e materiais escritos pelo fotógrafo, com curadoria de Thyago Nogueira. A exposição, fruto de três anos de pesquisas em conjunto com instituições japonesas, se tornou a primeira grande retrospectiva de Moriyama na América Latina e uma das maiores já feitas sobre o artista no mundo. Ocupando dois andares do IMS Paulista, a mostra se divide entre o período em que o fotógrafo trabalhou produzindo imagens para revistas e livros e, após 1980, quando se dedicou mais ao fazer artístico.

Serviço
Período: até 14 de agosto
Entrada: gratuita
Horários: terça a domingo e feriados, das 10h às 20h

Localização: Avenida Paulista, 2424, Bela Vista

Dica: A entrada é liberada apenas com uso de máscara e mediante apresentação de comprovante de vacinação contra Covid-19, além de documento de identificação com foto (para todos com mais de 5 anos de idade).

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Maria Clara Vieira
Colunista
Colunista

É formada em jornalismo e mestre em comunicação, ambos pela USP. Soma oito anos...

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