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Da Babilônia ao uso residencial: veja como fazer um jardim suspenso encantador

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12.09.2018
Que tal tirar uma bela solução arquitetônica do papel? Neste artigo você vai relembrar a história dos jardins suspensos e conferir dicas para transformá-los em projetos reais. Não perca!
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Difícil encontrar quem nunca ouviu falar sobre jardim suspenso. Afinal, trata-se de um conceito antigo, presente em vários relatos da Bíblia. Hoje, inspira a criação de projetos contemporâneos de arquitetura residencial e comercial.

A história aponta o rei Nabucodonosor II como o responsável pela construção dos jardins suspensos da cidade Babilônia, localizada na antiga região da Mesopotâmia.

Os jardins suspensos inspiram projetos residenciais e comerciais

Com cinco andares de vegetação exuberante, cascatas e estátuas em meio a uma paisagem árida, a obra compõe a lista das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Se a luxuosa construção coberta por plantas exóticas realmente existiu, ninguém sabe dizer. Mas isso não impede que cada vez mais profissionais criem jardins modernos e ousados, seja em ambientes internos ou na fachada de grandes edifícios.

Contamos com a participação da arquiteta Carla Apolinario Perli Maiettini na elaboração deste artigo. Acompanhe para conferir detalhes de seu projeto e descobrir como fazer jardins suspensos encantadores.

Defina o local ideal para a instalação

Um jardim suspenso, também conhecido como jardim vertical, pode ser incorporado a qualquer espaço que tenha condições adequadas para o desenvolvimento das plantas.

Nesse sentido, cabe ao arquiteto avaliar aspectos como a qualidade do ar e da iluminação antes de fazer a escolha do local.

Carla Apolinario Perli Maiettini acredita que esse tipo de solução combina muito bem com salas, banheiros, lavabos e até varandas.

Em seu projeto desenvolvido para um apartamento com cerca de 105m², localizado em Pinheiros, São Paulo (SP), o conceito foi aplicado a uma sala integrada com cozinha e varanda.

O objetivo era fazer uma reforma para incluir mais verde na decoração. Tudo partiu do gosto da cliente pelas plantas. “Ela é médica e quis esses jardins, então, acabamos optando por fazer um na sala e um na parede da varanda”, afirma a arquiteta.

Parede parte do projeto da arquiteta Carla Apolinario Perli Maiettini

Tenha cuidado com o preparo da superfície

Vários sistemas podem ser adotados na construção de um jardim suspenso. Seja simples ou complexo, não importa: é preciso preparar a superfície antes de entrar com as plantas. Um processo fundamental nessa fase inicial é a impermeabilização.

Carla utilizou o produto Viapol nas paredes que receberiam as mudas para evitar focos de umidade e a ocorrência de infiltração.

Esse cuidado foi essencial para que o método de irrigação escolhido (automático) não representasse um problema no projeto.

A arquiteta destaca que o processo construtivo foi relativamente fácil: “Precisávamos deixar alguma infraestrutura de hidráulica e de elétrica, já que esses jardins têm irrigação automatizada, que controla a quantidade de água que a planta recebe, por gotejamento”.

Em seu trabalho, a estrutura metálica que serve como parede de fundo do jardim foi pintada com cor escura para esconder os espaços vazios entre os vasos. Esses foram pendurados e dispostos de modo que cobrissem a superfície vertical por completo.

Pesquise as melhores plantas para jardim suspenso

Muitas empresas executam jardins verticais e orientam a escolha das plantas. Apesar desse apoio, é indicado que o arquiteto sempre faça parceria com um profissional da área de paisagismo. Um especialista avaliará o local de instalação, a presença de ventilação e de luz natural, entre outros detalhes.

Jardins suspensos na faixada de um edifício

O levantamento dessas informações servirá de base para a seleção das espécies ideais, que podem necessitar de mais ou menos sol, sombra e água durante o dia.

Dependendo da disponibilidade do cliente, é possível montar um jardim apenas com plantas secas ou artificiais, que não precisam de rega nem manutenção.

Não foi o caso da pessoa que encomendou o projeto de jardim concebido por Carla. Afinal, como mora sozinha e tem tempo para cuidar das mudas, priorizou o cultivo de espécies verdadeiras.

Inclusive, na bancada da cozinha da cliente tem uma área reservada para o plantio de temperos e hortaliças.

Cozinha com área para plantio de hortaliças. Projeto desenvolvido pela arquiteta Carla Apolinario Perli Maiettini

É por isso que, para a arquiteta, o tipo de vegetação também vai depender da disposição do morador para cuidar do jardim. “Acho que a tendência hoje em dia, com a questão de trazermos a natureza para mais perto — ainda mais em São Paulo, uma “selva de pedras” —, é uma coisa que torna o ambiente bem mais agradável”, completa.

Tanto no jardim interno quanto na varanda do projeto foram utilizadas mudas de avenca, samambaia-pluma, orquídea chuva-de-ouro, barba-de-serpente, aspargo-alfinete e renda-francesa.

Inove na escolha da estrutura e dos recipientes

Há várias maneiras de compor um jardim suspenso — tudo vai depender da criatividade do arquiteto e das preferências do cliente.

É possível compor um jardim suspenso de várias maneiras, tudo depende da criatividade do arquiteto e preferências do cliente.

É possível obter bons resultados mesmo que o ambiente escolhido apresente limitações com relação ao tamanho, formato ou oferta de luz, vento e sombra.

Por isso, a dica é fazer como Carla, que pesquisou diversas possibilidades antes de tomar uma decisão. No seu caso, a cliente até sugeriu modelos de quadro vivo — molduras de madeira que circundam as plantas. Porém, após estudos em conjunto, resolveram seguir outro caminho que se adaptou melhor ao local.

Em todo caso, uma ótima dica para compor bons projetos é inovar na escolha da estrutura e dos recipientes que receberão as mudas. Em vez de utilizar um ripado ou grade, por exemplo, você pode apostar em um painel para jardim feito com porcelanato.

O revestimento é versátil e está disponível em diversos modelos, com cores, texturas e reproduções de materiais como argilaconcretomadeirapedra e mármore.

Também há opções com acabamento metálico e sintético para criar superfícies de todos os tipos, que podem se integrar ou contrastar com o verde da vegetação.

Com relação aos recipientes, vá além dos tradicionais vasos e cachepôs. Cestas e bandejas, por exemplo, podem receber alças de corda para serem penduradas diretamente no teto. Depois, é só preenchê-las com diferentes flores e folhagens.

Complemente o projeto com itens decorativos

Alguns clientes podem querer agregar um pouco mais de personalidade ao ambiente que receberá o jardim suspenso.

Nesses casos, além de trabalhar com a vegetação que reflete o estilo de vida do morador, o arquiteto também deve lançar mão dos acessórios.

É interessante que a vegetação reflita o estilo de vida do morador

Lanternas, quadros, gaiolas decorativas ou até mesmo esculturas dispostas sobre prateleiras costumam harmonizar com todo tipo de planta. Só é preciso ter cuidado com a quantidade de itens escolhidos para que o visual não fique pesado.

No projeto concebido por Carla, uma cartela de tons neutros compõe um fundo discreto para manter o verde das folhas em destaque.

Para incrementar ainda mais o visual do jardim de parede da varanda, a arquiteta adicionou belas luminárias marroquinas com detalhes coloridos.

Uma parede da sala de estar também traz um revestimento com efeito decorativo (pequenos formatos quadrados). Perceba que um simples contraste de texturas ou combinação de materiais com tons semelhantes já gera um toque adicional de informação.

Para finalizar, Carla afirma que é fundamental ter um bom planejamento, independentemente do tipo de jardim pedido pelo cliente: “Antes de começar a obra, eu levo a empresa que executa para ver e passar todas as necessidades que eu precisaria prever.”

Ótima observação da profissional, concorda? Mas e você? Já pensou em levar a beleza do jardim suspenso para dentro dos lares de seus clientes? Se sim, guarde as dicas de hoje para incluir a solução em projetos de arquitetura residencial.

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