MX3D Bridge, uma ponte 100% feita de impressão 3D
Você já imaginou poder caminhar por uma ponte 100% feita de impressão 3D? Em Amsterdã, isso é possível! Em julho de 2021 foi inaugurada a MX3D Bridge, uma passarela de pedestres que cruza um canal no centro da cidade.
A ponte de 12 metros foi desenhada por Joris Laarman + Arup e foi fabricada com hastes de aço inoxidável por braços robóticos de seis eixos equipados com equipamento de soldagem, tudo 100% impressão 3D.
Esse projeto foi idealizado há seis anos e somente agora conseguiu ser implementado. Em 2018, acompanhei o evento Dutch Design Week, no qual expuseram essa ponte ao público pela primeira vez. Desde então, foram realizados testes de resistência dos materiais, análises do projeto e também verificaram-se burocracias para finalmente instalarem a ponte na cidade de Amsterdã. Realmente, um marco no avanço das tecnologias construtivas!
Sua forma curvilínea e os detalhes no guarda-corpo perfurado em forma de treliça foram desenvolvidos por um software de modelagem paramétrica. O mais incrível desse projeto é que essa tecnologia permite a otimização da construção, utilizando-se bem menos material do que a construção convencional e, consequentemente, reduzindo os desperdícios.
Não deixa de ser um design que vai de encontro com os princípios da construção sustentável. Com certeza, além de reduzir o peso do produto final, diminui, também, o impacto que normalmente é gerado na produção de peças fabricadas nas indústrias.
A inovação em tecnologia desse projeto não para por aqui. Além de cumprir a sua função de ponte conectando os dois lados opostos do canal, a MX3D Bridge também servirá como um laboratório vivo. Foram instalados sensores ao longo de toda a ponte que estarão alimentando um projeto de pesquisa de ponta.
Em conjunto com pesquisadores acadêmicos e da indústria, a cidade de Amsterdã usará os dados de fluxos dessa ponte para investigar, por exemplo, o comportamento da multidão de turistas que visitam o centro da cidade e entender melhor o impacto do turismo nesta região.
Além da questão do fluxo, os sensores coletam também medições estruturais como: tensão, rotação, carga, deslocamento e vibração e, também, informações ambientais como a qualidade do ar e temperaturas.
Todos esses dados são analisados conjuntamente, criando-se um modelo virtual da ponte física em tempo real. Através desse modelo digital, os pesquisadores e engenheiros poderão analisar o comportamento da ponte ao longo dos anos.
Parece que a tecnologia de impressão 3D realmente veio para ficar e, com certeza, veremos mais exemplos de construções com essa tecnologia no futuro. Desde que a tecnologia seja uma aliada ao meio ambiente, por que não?
As indústrias estão sendo confrontadas com o grande desafio de tornarem-se neutras na emissão de carbono até 2050. Tecnologias como essa podem fazer a diferença no ambiente construído de hoje e do futuro.
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