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Glass House: conheça a obra-prima de Philip Johnson

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As características visuais e modernistas da Glass House — Casa de Vidro, em português — impressionam os visitantes desde a sua inauguração, em meados do século XX. Hoje, a casa e o terreno são considerados santuários da arquitetura e estão abertos para o público.

Projetada por Philip Johnson, a construção é tida como uma das melhores obras arquitetônicas americanas. Camuflada em meio à natureza, a fachada de vidro e aço garante um ar moderno e atemporal, além de intimista e elegante.

Quer conhecer um pouco mais dessa obra? Acompanhe o artigo para ficar por dentro das características, dos traços e da coletânea do arquiteto!

A obra

Localizada em New Canaan, no estado norte-americano de Connecticut, a casa foi projetada entre 1945 e 1948, sendo concluída em 1949.

A inspiração veio de Mies van der Rohe e de sua famosa Casa Farnsworth, que só foi terminada em 1951 (mas em 1948 todo o projeto já estava pronto). As duas obras sugerem integração com a natureza por superfícies abertas, retas e envidraçadas, além de ressaltarem a simplicidade e as proporções bem definidas.

A construção é, basicamente, um bloco cercado por uma fachada de vidro e arestas de aço, em preto, compreendendo um espaço interno de pouco menos de 170 m².

A localização da casa no terreno tem uma explicação, no mínimo, curiosa. O arquiteto escolheu a elevação como área por acreditar que as colinas atrás capturavam os bons espíritos. De acordo com Philip, foram mais de 16 projetos para chegar ao desenho final, mas a exata localização tomou menos de 5 minutos.

Todo o interior é visto do lado de fora e os ambientes não são separados por paredes. As únicas divisórias visíveis são: um armário que determina o espaço para o quarto, um armário que abriga os itens da cozinha (como fogão, pia, armários, entre outros), um cilindro de tijolos que acomoda uma lareira e o banheiro, do lado oposto.

A decoração interna conta com poucos móveis, divididos entre a sala de jantar e estar, o quarto e a cozinha. A retomada da arquitetura minimalista e moderna garantiu um espaço amplo e sofisticado.

glass house

Os materiais utilizados

A fachada em vidro transparente permite que tudo que aconteça no interior seja visto. Entretanto, parte da luz é refletida, reproduzindo as imagens exteriores na superfície do vidro, quando visto de fora. O efeito causado é a projeção da natureza que contorna a casa no material, como em um espelho.

O chão é revestido por tijolos avermelhados retangulares, encaixados perfeitamente no padrão conhecido como Herringbone pattern, que forma zigue-zagues. Tais tijolos são os mesmos utilizados para revestir o cilindro que acomoda o banheiro e a lareira (que alcança o teto da estrutura). O teto, por sua vez, é revestido de concreto aparente.

A obra é estável pela aplicação de vigas H-beams, ou seja, vigas que têm o formato gráfico de dois “T” conectados, que formam um “H” quando virados. Esse tipo de viga permite pequenos movimentos vibratórios e de torção, por exemplo, garantindo a estabilidade do aço e do vidro.

O complexo

O terreno compreende uma área de mais de 20 hectares, isto é, 200.000 m². Além da Glass House, existem outras treze construções projetadas posteriormente à casa principal, que exploram todo o terreno, aproveitando lagos, colinas e até o subterrâneo.

Entre elas estão galerias, casas de hóspedes e pavilhões. Na propriedade, duas galerias chamam atenção por terem partes subterrâneas. A Galeria de Escultura, construída em 1970, foi inspirada nas formas das ilhas gregas e possui um telhado de vidro que permite que a iluminação natural entre no espaço, além de ser preenchida por escadarias e obras abstratas.

A Galeria de Pintura, de 1965, abriga pinturas modernas. O exterior é praticamente todo coberto por grama, com um parapeito de pedra e uma entrada imponente, também de pedra. O interior é composto por três áreas circulares, formando um belo espaço de exposição, com mais de 42 pinturas. A disposição e o exterior protegido garantem que as propriedades das pinturas se mantenham por mais tempo.

Além das galerias, as outras construções são: Ghost House, Studio, Brick House, Da Monsta, um pavilhão em um lago, três prédios conhecidos como Vernacular Buildings, um monumento em homenagem a Lincoln Kirstein (poeta e amigo próximo de Johnson), além de outras construções menores.

O complexo, apesar de ser residência do arquiteto de 1949 até sua morte, em 2005, foi doado para o National Trust for Historic Preservation anos antes. A casa permanece exatamente da maneira que Johnson a mantinha e, atualmente, recebe cerca de 13 mil visitantes por ano.

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Fonte da imagem: wikipedia.com

Sobre Philip Johnson

O arquiteto nasceu em Ohio, em 1906, e faleceu aos 98 anos na propriedade em Connecticut. Philip começou sua vida acadêmica estudando filosofia e história grega na Universidade Harvard.

Anos depois, começou a trabalhar no Departamento de Arquitetura do MOMA (Museu de Arte Moderna de New York), tendo contato com modernistas, como o arquiteto suíço Le Corbusier. Johnson chegou a ter contato com o jornalismo e a política, mas, aos 35 anos, retornou para a universidade para se tornar arquiteto.

O primeiro Prêmio Pritzker — evento internacional de arquitetura, considerado o “Nobel da Arquitetura” —, que aconteceu em 1979, teve como ganhador Philip Johnson e sua obra-prima, a Glass House. O prêmio reconhece o melhor arquiteto vivo que siga os princípios: solidez, funcionalidade e beleza. O arquiteto também foi homenageado pelo Instituto Americano de Arquitetos (AIA), em 1978, com a Gold Medal.

A Glass House foi um dos únicos exemplares de Johnson do modernismo, suas outras obras contam com traços pós-modernistas. Algumas das que mais se destacam são: o icônico edifício da companhia AT&T, em Nova York, o Puerta de Europa, em Madri, o PPG Place, em Pittsburgh, e o Museu de Arte Moderna, em Manhattan, que teve a colaboração de Johnson.

Inspire-se

Essa obra de Philip Johnson pode trazer diversas inspirações para construções atuais, com traços modernistas e minimalistas.

A primeira lição que podemos tirar da Glass House é que menos é mais. O uso de elementos do minimalismo, com a paleta de cores mais sóbria, geometrias e poucos móveis, tornou o espaço amplo e prático.

A escolha de mobílias atemporais, com design moderno e que remetem ao clássico, também garantiu um visual belíssimo e duradouro. Vale também apostar em móveis de boa qualidade, feito de materiais resistentes (incluindo aço, madeira, couro e linho, por exemplo).

A vertente modernista investe em três materiais, muito utilizados na obra, que são: o aço, o vidro e o concreto aparente. Esse trio pode ser aplicado em praticamente todas as obras, tendo lugar garantido na decoração de residências e edifícios comerciais. Além de serem materiais belos, são simples e acessíveis.

A falta de paredes na Glass House é outra tendência que conquistou muitos arquitetos. Os espaços amplos, ventilados e integrados trazem o conforto que os moradores desejam e, ainda, a beleza e o diferencial que os arquitetos anseiam.

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