16.11.2020
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Os calabouços profundos tornaram-se o anfiteatro hoje em dia

Fundação Lithica: uma antiga pedreira que virou palco para espetáculos e turismo

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16.11.2020
A Fundação Lithica faz parte dos pontos turísticos da ilha de Menorca, na Espanha. É um dos lugares mais incríveis, resultado da interação entre o homem e a natureza. Confira mais!
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Lithica é uma fundação privada e sem fins lucrativos nascida através da urgência de evitar o desaparecimento de um dos lugares mais espetaculares criados sobre a interação da natureza e do homem, dentro da ilha de Menorca, na Espanha

Labirinto que restou hoje da pedreira de extração manual (Foto: Paulo Pusset)

A fundação nasceu em 1994, revitalizando uma antiga pedreira que ali era usada para extração da pedra "El Marés". A pedreira é um grande espaço localizado perto da segunda maior cidade dentro de Menorca, chamada Ciudadella, que foi esculpido devido à extração desta pedra. Hoje, tornando-se um patrimônio da ilha, a fundação Lithica salvou o local do desaparecimento, transformando-o em um jardim e um centro cultural.

A pedra "El Marés" é uma rocha de arenito, permeável, com diferentes graus de dureza e de cor (variando do branco ao ocre rosado). Esta pedra forma uma grande plataforma homogênea na metade meridional da ilha de Menorca. Por sua qualidade construtiva, ela vem sendo utilizada desde os povos antigos até os dias de hoje para o setor de construção. 

A extração da pedreira se deu através de duas formas: a primeira e mais antiga foi manualmente, nas quais as pedras eram cortadas por meio de golpes com ferramentas de ferro cortante; e a segunda, e mais moderna, é a extração mecânica através de serras radiais coordenadas por tratores. Hoje em dia é possível ver os resquícios, resultado dessa extração, nos redores da fundação: a extração manual deixando um labirinto de pedra em formatos orgânicos e a extração mecânica deixando espaços profundos e geométricos com uma textura de cortes verticais na pedra. 

Labirinto de pedras para visitantes explorarem dentro da pedreira de extração mecânica (Foto: Paulo Pusset)

O grande complexo pode ser dividido em duas partes para a visitação: o grande labirinto da pedreira de extração manual, que possui uma beleza orgânica, misturada com plantas e árvores; e a pedreira de extração mecânica, que forma dois grandes calabouços de pedra verticais e profundos. 

A pedreira de extração mecânica possui dois atrativos: um deles tornou-se um anfiteatro que é usado para atividades culturais e o outro é um grande labirinto de pedra, no qual os visitantes podem perder-se dentro dele. 

Jardim Medieval dentro do labirinto da pedreira de extração manual (Foto: Bárbara Cassou)

Um dos pontos de encontro mais bonito dentro da pedreira de extração manual é o "Jardim Medieval". O jardim é escondido e fechado dentro de um espaço rochoso. Sua arquitetura é toda geométrica e no centro dele há uma fonte de água. Este espaço é como se fosse um jardim paradisíaco dentro dos escombros de pedra. 

Todo o lugar é bem sinalizado com códigos gravados na pedra, indicando aos visitantes por onde seguir, com miradores panorâmicos e, também, indicação de onde há zona de perigo. 

Hoje é possível ver os resquícios da extração mecânica pela textura e marcações verticas nas paredes de pedra (Foto: Bárbara Cassou)

Há três circuitos que os visitantes podem seguir. O circuito geral, indicado pela cor azul, é o mais largo de todos, durando uma hora de caminhada. O circuito alternativo, indicado pela cor verde, é mais rápido. E o circuito botânico, indicado pela cor amarela, indica principalmente as áreas com mais plantas e paisagens verdes. Este último foi um projeto de conservação e reprodução da flora menorquina, que foi ampliado e hoje até conta com placas informativas sobre espécies de plantas e pequenos animais da área. 

Fonte de água no centro do Jardim Medieval (Foto: Barbara Cassou)

A Fundação Lithica nasceu da interação entre o homem e a natureza com o passar do tempo. Por sua estrutura feita de pequenos barrancos e sua localização protegida do vento, hoje em dia foi tomada e revitalizada pela fauna e flora silvestre de Menorca. Um espaço arquitetônico e paisagístico que foi construído expontaneamente pelo homem em contato com a natureza. 

Os "calabouços" profundos que ficaram depois de anos de extração mecânica da pedra. Este, tornando-se o anfiteatro hoje em dia (Foto: Paulo Pusset)

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Bárbara Cassou
Colunista
Correspondente internacional

Bárbara Cassou, correspondente internacional Portobello em Barcelona Arquiteta e designer, mestre em Retail Design...

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