Exposição Escher Lisboa: arte e ciência através dos olhos do artista holandês
Com aproximadamente 200 obras originais, a Exposição Escher Lisboa oferece uma retrospectiva dos esboços do artista e de seus projetos paradoxais, começando por suas primeiras gravuras e desenhos inspirados em paisagens da Itália.
Localizada no Museu de Arte Popular, perto da famosa Torre de Belém e do Monumento aos Descobrimentos, a exposição se aprofunda no trabalho de Escher em torno das tesselações e da transformação de figuras que ilustram como a fantasia e a geometria se tornam um elemento de arte.
Escher fez muita pesquisa matemática para criar imagens com uma incrível precisão e riqueza de detalhes, representando o infinito nas suas obras. Até hoje seu trabalho é elogiado e considerado símbolo da inter-relação entre arte e ciência. O artista também brinca com a arquitetura, criando mundos fantásticos com perspectivas infinitas e envolventes.
Em 1936, depois de sua viagem para Espanha, a arte de Escher sofreu uma mudança significativa. Ao visitar Alhambra em Granada e a Mesquita em Córdoba, por exemplo, ele se inspirou nos desenhos que os artesãos do séc XIV usavam para decorar esses monumentos.
Aí surgiram suas tesselações: decorações geométricas nas quais triângulos, estrelas ou quadrados são repetidos como mosaicos para cobrir um plano sem deixar espaços vazios. Aqui vemos exemplos desse tipo de obra, em que formas geométricas se entrelaçam sendo substituídas por animais e formas humanas.
Seus conhecimentos matemáticos também contribuíram para a criação das obras que exploram erros de perspectiva, fazendo composições infinitas.
Ao olhar pela primeira vez, elas parecem imagens perfeitamente normais. Mas, ao prestar mais atenção, é possível identificar que são figuras impossíveis. Essas obras-primas refletem a essência de Escher: relacionar a arte com geometria, matemática e composições sem fim.
A Exposição Escher Lisboa ainda é interativa. Além de os visitantes poderem admirar seu trabalho, é possível interagir em espaços construídos com a mesma dinâmica das obras de arte e aprender melhor sobre as leis e composições que o artista usava. Sem contar que mostra os diferentes momentos e visões do artista ao longo de sua carreira, ou seja, uma perspectiva completa do seu trabalho.
Em parceria com uma parte mais comercial, como propaganda, moda e até mesmo cinema, a visita termina com elementos de Escher em novos contextos. O êxito da mostra em Lisboa é tanto que a exposição foi prolongada até meados de setembro de 2018.
Você conhece algum outro artista que brinca com perspectivas? Deixe seu comentário!