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Projeto de Indústria Têxtil quer estimular a ecoeficiência na construção civil

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19.10.2020
Com premissa sustentável, o escritório ES Arquitetura tem conquistado reconhecimento nacional. Com esta obra, mais uma vez arrematou duas importantes premiações na 7ª edição do Prêmio Saint Gobain de Arquitetura - Habitat Sustentável.
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O projeto de uma indústria têxtil ecoeficiente que será construída na cidade de Nova Veneza, em Santa Catarina, teve repercussão nacional ao arrematar duas importantes premiações na 7ª edição do Prêmio Saint Gobain de Arquitetura - Habitat Sustentável. A obra levou o primeiro lugar na categoria Projeto Comercial e o prêmio de Projeto Destaque Sustentabilidade, provando que “é possível construir grandes obras industriais de maneira racional, minimizando impactos ambientais, iniciativa esta que poderá estimular a ecoeficiência na construção civil”, defende o time do ES Arquitetura que já foi pauta aqui no Archtrends.  

Imagens da Indústria Têxtil que será construída em Nova Veneza, sul de Santa Catarina. O desenho e caimento das coberturas remete à Serra Geral, localizada aos fundos do complexo, buscando criar integração visual e analogia à paisagem a qual a indústria está inserida. A obra contempla diversos itens que a tornam uma construção ecoeficiente.
Imagens da Indústria Têxtil que será construída em Nova Veneza, sul de Santa Catarina. O desenho e caimento das coberturas remete à Serra Geral, localizada aos fundos do complexo, buscando criar integração visual e analogia à paisagem a qual a indústria está inserida. A obra contempla diversos itens que a tornam uma construção ecoeficiente (Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)

O escritório de Criciúma também concorreu com a Casa Bloco, ficando em terceiro lugar na categoria Edificação Residencial. Vale lembrar que o arquiteto Diego Espírito Santo ganhou o prêmio Destaque Sustentabilidade da Portobello, durante o Trend Week, em março deste ano. Para conhecer todos os vencedores deste prêmio considerado um dos mais importantes no tema sustentabilidade, e que teve entre os vencedores Paulo Mendes da Rocha, acesse  premiosaintgobain.com.br.

“Tecnicamente irrepreensível” 

Carlos Borges, que atua no mercado imobiliário há 37 anos e é sócio da incorporadora Tarjab, fala sobre a importância do projeto na avaliação dos jurados. “Todo projeto comercial de alguma forma tem a possibilidade de impactar as pessoas que trabalham no local e, ao mesmo, a comunidade do entorno. Esse projeto atingiu esse objetivo de forma sensacional”, comentou Borges, integrante do júri do concurso. Ele continua: “O projeto apresenta um conceito inovador, ousado e tecnicamente irrepreensível, concilia design, beleza com produtividade no resultado para o negócio”, afirmou durante a cerimônia de premiação que aconteceu em setembro de 2020, totalmente on-line. 

Arquiteto Diego Espírito Santo, titular do escritório ES Arquitetura (Foto: divulgação)
Arquiteto Diego Espírito Santo, titular do escritório ES Arquitetura (Foto: divulgação)

A premissa para o projeto da nova sede da Indústria Têxtil foi justamente minimizar os impactos ambientais, estimular a ecoeficiência na construção civil e o desenvolvimento da cidade. “O projeto visa marcar uma iniciativa de projetos ecoeficientes para a cidade de Nova Veneza, colocando-a na rota de grandes obras arquitetônicas voltadas para o desenvolvimento das cidades com responsabilidade social e urbana”, afirma o arquiteto Espírito Santo.

(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)

Construção em madeira e reuso de containers

“Madeira, telha metálica, uma viga vagão de madeira dupla e containers são os materiais utilizados na nova construção”, explica o arquiteto, contando que o escritório está se especializando em construções de madeira. “A madeira reduz muito o resíduo da construção, a industrialização da construção reduz”, afirma. 

Por isso a opção pela madeira, além do reuso dos containers da fábrica existente, com tratamentos diferentes de acordo com o uso. Além do reaproveitamento, outros containers foram adquiridos do Porto Hidroviário de Itajaí, no Norte do Estado. 

(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)

Rearborização do terreno 

Uma das condicionantes do projeto foi destinar um espaço de 10.502,50 m² para a rearborização do terreno, utilizando vegetações nativas como ipê e butiazeiro, assim como o reaproveitamento das poucas árvores já existentes. O terreno tem área total de 50.000,00 m², onde será implantada a obra com 10.883,00m² disposta de maneira linear, otimizando o fluxo de colaboradores para a eficiência da produção local. 

“A integração da natureza com o projeto fabril é muito importante para a qualidade de trabalho do colaborador”, diz o arquiteto. O projeto busca fazer esta integração com a criação de jardins internos entre pavilhões, plantação de hortas e pomares. O conceito adotado é de uma promenade architecturale, termo cunhado pelo arquiteto suíço-francês Le Corbusier que se refere ao percurso em torno do edifício e seu interior, cujo objetivo é proporcionar conforto e estimular as boas sensações.

“Estudamos os diferentes caminhos, dos funcionários, dos caminhoneiros, dos colaboradores”, conta. Uma via principal corta toda a fábrica para que o percurso possa ser realizado de diferentes maneiras como bicicleta, patinete, skate, por exemplo.

(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)

Licença poética

O paisagismo prevê também conforto térmico para os espaços de convivência da indústria, proporcionando sombreamento nos locais de permanência temporária dos funcionários. As árvores e vegetações localizadas na entrada do complexo industrial funcionam como uma barreira visual e acústica por conta da rodovia. 

O escritório apostou numa licença poética no traçado arquitetônico da nova fábrica. “A gente queria que só aparecesse o contorno do telhado da fábrica, criamos um talude de vegetação para esconder os caminhões da vista de quem está na rodovia. Só é possível ver a silhueta da empresa, que imita a serra geral ao fundo”, diz Espírito Santo.

(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)

Economia e tratamento de água

A água pluvial captada passará por um sistema de separação de folhas e detritos para ser utilizada nos banheiros e torneiras externas. Para economia de água foram utilizados equipamentos sanitários Dual Flux, além de misturadores, torneiras e chuveiros econômicos. 

O esgoto do complexo industrial será tratado por um sistema integrado, o qual será destinado para o Vermifiltro (filtro com organismos vivos para filtragem de parte da matéria orgânica). Após, filtra-se o resíduo servindo de alimento para as plantas, e por fim vai para a cama de cascalhos para a filtragem resultando em uma água rica em nutrientes para irrigação de todo o terreno.

(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: ES Arquitetura/divulgação)

Menos uso de ar condicionado

Em relação à economia de energia elétrica com ar condicionado, a estratégia foi utilizar ventilação por diferença de pressão, que ocorre através das galerias subterrâneas localizadas abaixo da passarela principal de circulação. O sistema funciona através de um insuflador que realiza a sucção do ar por uma galeria matriz que passa pelo espelho d’água, onde é resfriado e destina-se para as demais edificações, distribuído pelas galerias secundárias, localizadas abaixo dos pavilhões. Este ar é liberado por aberturas localizadas próximas ao piso e por diferença de pressão devido à sheds de ventilação localizados nas extremidades superiores dos pavilhões, é realizada a troca de ar, mantendo o ambiente sempre com climatização agradável.

(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)
(Crédito: imagens do ES Arquitetura/divulgação)

Indústria Têxtil

Autor: Diego Espírito Santo

Equipe: Carolina Rodrigues Cataldo, Dineu Borba Neto, Laércio Stolfo Maculan, Rodrigo de Carvalho Estrella e Valério Montes Doca.

Escritório: ES Arquitetura LTDA

Cidade: Criciúma / SC

 

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Simone Bobsin
Colunista
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Jornalista com atuação no segmento de arquitetura e design há mais de duas décadas....

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