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Capital Mundial da Arquitetura

Rio de Janeiro é a 1ª Capital Mundial da Arquitetura: veja 4 motivos para o título

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01.03.2019
Um destino para representar a diversidade das capitais pelo mundo. Saiba como começou a escolha que entregou a nomeação a uma das mais belas cidades brasileiras.
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A parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Economia, Ciência e Cultura (UNESCO) e a União Internacional dos Arquitetos (UIA) deu origem ao programa Capital Mundial da Arquitetura. A primeira nomeação ocorreu em 2018 e foi dedicada ao Rio de Janeiro (RJ).

A cidade brasileira disputou a vaga com Paris (França) e Melbourne (Austrália), se destacando em diversos aspectos. Inclusive, em 2012, recebeu o título de Patrimônio Cultural Mundial na categoria Paisagem Urbana. Com a recente designação, a capital fluminense será responsável pela organização do Congresso Mundial de Arquitetos em 2020.

Que tal saber mais sobre os motivos que colocaram o Rio de Janeiro em destaque? Prossiga na leitura e descubra os nomes, projetos e outros detalhes que contribuíram para isso!

1. Diversidade urbana da cidade

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Imagem panorâmica da cidade do Rio de Janeiro

O Rio tem todas as características necessárias para representar as melhores capitais no programa. Com um rico passado arquitetônico, histórico e cultural, representa a diversidade cada vez mais presente em diversas regiões do mundo, sejam pequenos municípios, sejam metrópoles.

Capital Mundial da Arquitetura
O Bonde de Santa Teresa é uma das atrações turísticas da cidade

A cidade maravilhosa tem localização privilegiada na costa leste do estado e encanta com seus exemplares da boa arquitetura. Praias, áreas verdes, prédios históricos e obras contemporâneas compõem um cenário único. Prova disso está na declaração de Ernesto Ottone, subdiretor-geral para a Cultura da UNESCO:

O Rio é uma fusão admirável entre natureza e cultura, sua arquitetura antiga e moderna, o resultado de uma criação inovadora desde meados do século XIX, o que a torna um lugar de beleza excepcional que conquistou a admiração de muitos autores, intelectuais e viajantes de todo o mundo.

2. Presença de obras icônicas

O Rio de Janeiro abriga situações comuns em centros urbanos de vários países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Isso faz com que seja considerado um caso único por profissionais do mundo inteiro.

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Escadaria Selarón é um gigantesco mosaico do artista plástico chileno Jorge Selarón

Desde sua fundação, a capital mundial da arquitetura passou por transformações de grande magnitude. Essas envolveram criações baseadas em técnicas complexas do urbanismo e da engenharia contemporâneos. O resultado? Uma cidade que mistura estilos arquitetônicos entre paisagens desenhadas por incríveis condições naturais. Veja, a seguir, algumas obras e lugares icônicos que esse destino guarda.

Arcos da Lapa

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Arcos da Lapa, obra arquitetônica que hoje é um dos cartões-postais da cidade do RJ

O conjunto, também conhecido como Aqueduto da Carioca, é um marco da arquitetura colonial no país. Foi construído no século XVIII para transportar a água do Rio Carioca e abastecer a cidade. A primeira estrutura continha canos de ferro que não resistiam ao processo de corrosão.

Para evitar danos, o governador Gomes Freira Andrade ordenou a reconstrução dos Arcos da Lapa. A segunda obra contou com materiais mais resistentes e seguros — a exemplo da cal e pedras que, misturados com óleo de baleia, resultavam em uma liga de concreto muito utilizada nas construções da época.

Com estilo românico, os 42 arcos duplos em tom caiado compõem a lista de atrações turísticas da capital fluminense. Representam o Rio Antigo e, atualmente, são utilizados como via para os bondes da cidade. A rota que passa sobre a estrutura faz parte das opções de transporte de turistas e da população local.

Hotel Janeiro

Um novo empreendimento ocupa as antigas instalações do Marina All Suites, localizado na Avenida Delfim Moreira, orla do Leblon. Trata-se do Hotel Janeiro, idealizado pelo empresário, artista e diretor criativo da Osklen, Oskar Metsavaht.

O proposta foi concebida em conjunto com Carlos Verneck, especialista no mercado hoteleiro e no ramo da hotelaria de luxo. O projeto arquitetônico é de autoria de Lia Siqueira, premiada arquiteta por trás do escritório Siqueira Azul.

O edifício foi totalmente modificado, com exceção da fachada. É um complexo que abriga 53 quartos, dois bares, um restaurante e terraço com piscina. O que mais chama a atenção é o design autoral e o conceito estético de cada elemento.

Internamente, é possível conferir peças de mobiliário (camas, mesas, cadeiras, armários) desenhados exclusivamente para o hotel. Metsavaht, inclusive, desenhou os uniformes e as roupas de cama, mesa e banho utilizados no local.

Os recintos unem conforto, praticidade e descontração a partir da adição de arte, fotografia e elementos naturais. Tudo visa agregar um visual contemporâneo às instalações que dão vista para a praia do Leblon e para esplêndidas paisagens da cidade maravilhosa.

Museu do Amanhã

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Área externa do Museu do Amanhã – Rio de Janeiro

A obra do arquiteto Santiago Calatrava é um importante elemento no processo de revitalização da região portuária da capital fluminense. Idealizada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP), foi construída no Píer Mauá e inaugurada em 2015.

O Museu do Amanhã foi projetado de modo a coexistir e não ofuscar outros edifícios históricos presentes na região. Suas instalações têm como objetivo atrair a população e turistas para a área, a fim de movimentar o local e proporcionar ao público o contato com diversas atividades culturais e educativas.

Com soluções sustentáveis, o edifício é coberto por um teto que se move de acordo com a posição do sol para aproveitar ao máximo esse recurso. Também se destaca por abrigar jardins repletos de plantas nativas do Brasil, além de garantir que a água utilizada na refrigeração seja devolvida limpa ao mar.

A estrutura é composta por uma mistura de aço, vidro e cimento. Tal composição permitiu a forma diferenciada da obra, que não briga com a aparência do entorno. Hoje, a presença do museu traz conhecimento e torna a área do porto um lugar atrativo para diversas pessoas.

Praia Vermelha

Localizada aos pés do Pão de Açúcar — cartão-postal famoso do Rio — está uma das praias mais belas orlas da cidade. A Praia Vermelha fica no bairro da Urca e tem esse nome por apresentar tons avermelhados durante o pôr-do-sol. Tamanha beleza atrai turistas e faz com que a região se torne ponto de encontro dos cariocas.

A história da praia começou no século XVIII, época da construção de um forte que faria parte das defesas do estado. Perto dali, na Praça General Tibúrcio, estava a sede da Escola Militar. O prédio, já demolido, formava um paredão que isolava a orla e a mantinha como um espaço de acesso restrito.

Atualmente, suas águas calmas são procuradas por grupos variados. Há atrativos tanto para quem busca sossego quanto para praticantes de caiaque e stand up paddle. Os esportes podem ser feitos ao longo dos 200m da costa, localizada entre o morro da Urca e o morro da Babilônia.

3. Atuação de arquitetos renomados

Está aí outro fator que contribuiu para a escolha do Rio de Janeiro como 1ª capital mundial da arquitetura. Ao longo de décadas, vários arquitetos passaram pela cidade e desenvolveram projetos que se tornariam referências importantes nos campos da arquitetura, urbanismo e paisagismo.

Entre os nomes de destaque estão Lúcio Costa, Roberto Burle Marx, Affonso Eduardo Reidy e Oscar Niemeyer — este nascido no Rio de Janeiro em 15 de dezembro de 1907. Hoje suas obras valorizam a cidade, marcando períodos específicos da história e servindo como objeto de estudo a diversos profissionais.

4. Envolvimento em discussões relevantes

Como muitas capitais, a cidade vem propondo debates para a estruturação de seu futuro. Isso exige discussões frequentes entre especialistas e representantes dos mais diversos grupos, sempre com o objetivo de encontrar soluções positivas para as próximas décadas.

A oportunidade de sediar o 27º Congresso Mundial da UIA veio, portanto, em um bom momento. Com data marcada para julho de 2020, o evento será ponto de encontro de arquitetos, planejadores, artistas e formuladores de políticas do mundo todo. A proposta é discutir temas relacionados à mobilidade, ao planejamento urbano, à cultura, às obras públicas e às cidades inclusivas.

O congresso também permitirá aos participantes apreciar e conhecer a fundo as belezas (naturais e construídas) da cidade maravilhosa. Entre os espaços que receberão os participantes do congresso está o Palácio Gustavo Capanema, considerado um marco importante do modernismo.

Esses foram os principais motivos para conceder ao Rio o título de capital mundial da arquitetura. Para os profissionais que querem fazer parte dessa conquista, nada melhor que garantir presença no congresso e se informar sobre tudo o que tem marcado a história das cidades.

O Rio de Janeiro também abriga lojas conceito com arquitetura de qualidade, como é o caso do edifício das Havaianas. Acesse o próximo artigo e confira os detalhes da primeira flagship da marca na cidade!

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  1. Com toda certeza do mundo foi um carioca bairrista que escreveu esse artigo. A única coisa que o Rio de Janeiro tem que presta em arquitetura é a antiga. o Rio de janeiro está deixando a desejar bastante quando o assunto é inovação, sustentabilidade e qualquer outro tipo de novidade em arquitetura. Inclusive, qualquer tipo de arte só está sendo produzida de fato nas comunidades, o resto da cidade, sem criatividade e parada no imaginário do Rio antigo. Inclusive, o ensino de arquitetura da cidade também está péssimo, professores focados em falar apenas do Rio de Janeiro e sua história, em sua maioria passando uma visão muito limitada de arquitetura para os alunos.

  2. […] ele decidiu retornar de vez para o Brasil. No ano de 1928, fixou residência definitiva no Rio de Janeiro, frequentando, então, o curso de desenho do Liceu Literário Português e fazendo cursos no Liceu […]

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