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(Imagem: Portobello)

Arquitetura sustentável: o que é e como implementar

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20.06.2022
Entenda o que é arquitetura sustentável, quais são seus objetivos e como colocar em prática
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A arquitetura sustentável, também conhecida como arquitetura verde ou ecoarquitetura, otimiza os recursos utilizados na construção e reduz os impactos causados ao meio ambiente e à população – assuntos recorrentes na pauta da construção civil.

Para ouvir o artigo completo, clique no play abaixo:

Em 2010, um estudo realizado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, e divulgado pela Rede Globo, já apontava um dado alarmante: a construção civil era responsável pelo consumo de 40% a 75% da matéria-prima produzida no planeta na época. 

A partir disso, fica fácil entender o porquê essas construções figuram cada vez mais como uma regra ao invés de uma tendência. 

Projetos paisagísticos são importantes aliados da arquitetura sustentável
(Projeto: Sérgio Conde Caldas Arquitetura / Foto: Mariana Boro)

A arquitetura sustentável é a arquitetura do presente

No início da disseminação dos edifícios sustentáveis, era comum ouvir que essa era a arquitetura do futuro. Mas, com a recorrência e a importância das agendas ambientais, fica cada vez mais claro que essa é a arquitetura do presente.

Entretanto, a arquitetura sustentável não se trata apenas de minimizar impactos ambientais. Um dos principais pontos de atenção dos arquitetos que optam por esses projetos, é oferecer qualidade de vida às pessoas. Isso começa pela preocupação com a condição de trabalho e a saúde dos funcionários envolvidos na obra.

Na sequência, vêm os benefícios de quem vai ocupar esse espaço, seja para moradia, trabalho ou lazer, e para a comunidade no entorno. Uma vez que esses projetos respeitam o local onde estão inseridos, a vegetação presente normalmente é preservada.

Esse fato, aliado à ventilação e iluminação natural, promovem maior bem-estar a todos à sua volta. Também vale ressaltar que o projeto paisagístico, que normalmente acrescenta mais verde e espaços de lazer nos projetos, também é bem-vindo na arquitetura sustentável.

Por fim, é importante dizer que esse tipo de projeto traz autonomia à população, já que eles tendem a se tornar autossuficientes e não dependem da manutenção de terceiros.

Como se faz arquitetura sustentável?

Agora que já ficou um pouco mais claro o conceito de ecoarquitetura, entenda o que é necessário para sua realização.

1. Estude o local onde será construído o projeto

Existem dois fatores primordiais na hora de escolher o local que irá abrigar uma construção sustentável. O primeiro, claro, é levar em conta o clima, o tipo de solo e a localização do terreno. Dentro desse lote, devem ser preservadas as áreas verdes e a vegetação nativa. 

Ainda dentro deste tópico é importante ficar atento à orientação da construção, já que ela afeta o acesso à luz, sombra e ventilação. O segundo ponto é analisar a proximidade de estabelecimentos que oferecem serviços básicos para a população que vai ocupar esse espaço.

Entender quais os materiais nativos da região e de que forma eles podem ser aproveitados também é útil.

Vegetação, ventilação e iluminação natural promovem maior bem-estar aos moradores (Projeto: Portobello S.A.)

2. Dê atenção especial para materiais inteligentes

Após escolhido o local onde o projeto será construído, chega a vez de escolher os materiais. E quando o assunto é uma construção sustentável, essa fase pode se desdobrar em várias etapas.

A primeira dica é entender como os materiais base da construção (como madeira, ferro etc.) podem ser reutilizados em outras etapas da obra. A madeira de demolição, por exemplo, pode dar vida a móveis que vão integrar a área externa. 

Cerâmicas e metais também podem ser reutilizados como estrutura de pequenos detalhes no interior e revestimento de alguns espaços, respectivamente. Já algumas sobras de telhas podem transformar-se em pisos. Use a criatividade – e o bom senso – para incluir, mesmo nos pequenos detalhes, tudo o que for possível.

Em seguida, opte por materiais biodegradáveis ou ecológicos. Alguns exemplos são: 

  • tintas livres de COVs (compostos orgânicos voláteis, que são substâncias tóxicas presentes nos produtos industrializados);
  • tijolos ecológicos, que proporcionam maior resistência e isolamento termoacústico; 
  • bambus; 
  • vidros (em especial para aproveitar 100% da luz natural).

Outro material sustentável que merece destaque são as Lastras da Portobello. Com espessuras que variam de 6 a 9 mm e estética refinada, elas também auxiliam no bom conforto térmico uma vez que atuam com as fachadas ventiladas, que conseguem amenizar a passagem de calor no verão e retê-lo no inverno.

As sustentáveis Lastras podem ser aplicadas em projetos de interiores de arquitetura sustentável (Projeto: Portobello S.A.)

Um dos aspectos mais importantes quando se fala na arquitetura sustentável em porcelanato, sobretudo nas Lastras, é sua capacidade de reproduzir diferentes tipos de materiais.

A extração do mármore agride a natureza e desperdiça 50% do material, por exemplo. Já o porcelanato exige apenas a retirada superficial de suas matérias-primas. Além disso, 99% é reaproveitado (saiba mais sobre jazidas Portobello aqui).

Além do aspecto estético, o material contribui para diminuir o uso de energia elétrica, já que diminui tanto o uso do ar-condicionado quanto do aquecedor. Além disso, as Lastras vão do piso ao teto, o que reduz fragmentações e, consequentemente, mais descarte de resíduos. Este, aliás, é o próximo tópico.

A Resolução nº 307, de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) apresenta diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos das construções. Além da reutilização, como comentamos acima, as outras formas são: reciclagem, doação para outras obras e descarte com empresas especializadas e ecopontos.

Depois da obra pronta, os arquitetos podem incluir algumas recomendações para o reaproveitamento dos resíduos gerados diariamente. Um dos exemplos são os lixos sanitários secos, que podem ser reintroduzidos como adubo em uma horta ou plantação.

3. Recursos naturais são importantes aliados na hora de projetar

A utilização de recursos naturais na construção verde é uma constante. Quando o assunto é uso da energia solar, os recursos mais utilizados são os sistemas de aquecimento solar e placas fotovoltaicas – ambas excelentes aliadas do meio ambiente e da economia na conta de luz.

Já para eficiência hídrica, a dica é que sejam implantados sistemas de captação, tratamento e reuso da água da chuva, bem como da chamada água cinza (águas residuais do chuveiro, pia da cozinha e do lavado e máquinas de lavar). O destino pode ser na limpeza do quintal, carros, manutenção do jardim e descarga.

Outro recurso natural usado em abundância é o vento. Principalmente em países onde a temperatura média é alta, como o nosso, é coerente pensar em construções bem arejadas e com ventilação cruzada.

Entretanto, esse projeto merece uma atenção especial. Deve-se tomar cuidado para não criar corredores de vento que sejam desconfortáveis no dia a dia, além de verificar a direção predominante do vento. Por outro lado, as vantagens da ventilação cruzada são inúmeras: um projeto mais inteligente que poupa diariamente energia com ar-condicionado e aquecedor, espaços mais confortáveis climaticamente e atemporais.

A boa e velha tática dos janelões, que promovem boa ventilação e aproveitamento da luz natural, também pode ser usada.

Grandes janelas e ventilação cruzada aplicadas na arquitetura sustentável (Projeto: Sandra Moura)

4. Soluções tecnológicas são mais do que bem-vindas

A tecnologia otimiza muito o cotidiano e com a arquitetura não seria diferente. Hoje em dia é muito comum incluir ferramentas de automatização nos projetos, em especial os sustentáveis, já que dessa forma é possível controlar todos os sistemas de energia elétrica, hidráulica, além da segurança e climatização.

Soluções mais convencionais como lâmpadas econômicas e sensores de presença também são bem-vindas. À primeira vista, o investimento pode parecer alto, mas é importante ter em mente que o custo inicial deve poupar dinheiro daqui alguns anos.

Uma das formas de entender se essas soluções fazem sentido para as obras é criar indicadores que monitoram o consumo de tudo o que envolve o projeto. Essas informações vão servir para que você calcule o que está sendo positivo e negativo no dia a dia.

5. Certificações são importantes para o meio ambiente e para investir

De acordo com o United States Green Building Council (USGBC), em uma pesquisa publicada em 2020, o Brasil ocupava o 5º lugar no ranking mundial de sustentabilidade. Na época, o país possuía mais de 1.500 construções sustentáveis, sendo 641 com certificação Green Building Council Brasil.

A Certificação GBC foi criada com o objetivo de nortear os projetos sustentáveis de forma que eles alcancem seu melhor desempenho.

Além de ser fundamental para o meio ambiente, os edifícios sustentáveis também são vantajosos para o bolso. Segundo uma matéria publicada na revista EXAME, os projetos sustentáveis têm maior valor no mercado imobiliário – para quem compra, vende ou aluga.

Conheça os principais selos de sustentabilidade voltados à arquitetura

A partir de tudo o que foi dito, ficou mais claro entender as diferenças – e semelhanças – de um projeto convencional para a arquitetura sustentável. Ambas podem ser construídas no presente, mas apenas uma deixa um melhor legado para o futuro.

Leia mais assuntos sobre sustentabilidade. E você também tem um projeto de arquitetura sustentável interessante? Divulgue gratuitamente no Archtrends! É só se cadastrar

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